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Flávia Bitencourt

Tempo quente aumenta riscos de problemas oculares

Síndrome do olho seco. (Foto: Divulgação)

O segundo semestre do ano é sempre marcado por temperaturas elevadas e ventos mais fortes em todo o norte do Maranhão. As condições climáticas atuais chamam a atenção para o surgimento de várias doenças, inclusive, problemas oculares, como a chamada “síndrome do olho seco”, que se caracteriza por um quadro de desidratação dos olhos.

De acordo com o oftalmologista Renato Rodrigues Junior, do Hapvida Saúde, os principais sinais de desidratação ocular são: coceira, sensação de ardor, de areia nos olhos, irritação, fotofobia (sensibilidade aguçada à luz) e visão embaçada. “Estes são, realmente, períodos com grande procura no consultório oftalmológico, por causa de problemas desse tipo. Porém, algumas pessoas apelam para soluções caseiras e, somente meses depois, é que um problema mais grave surge”, alerta o médico.

Segundo o oftalmologista, a falta de lágrima, nessa situação, pode causar ceratite, que é a inflamação da córnea; alergias e o agravamento do abaulamento da córnea em portadores de ceratocone, além de facilitar o aparecimento de conjuntivite.

Proteção ocular

A principal recomendação dos especialistas é o uso de óculos escuros quando for necessário se expor ao sol, mas é preciso ter cuidado com a escolha desse acessório. “Óculos sem real proteção contra os raios solares podem fazer com que o sensação de ‘incômodo’ seja disfarçada e aí a radiação solar incide da mesma maneira nos olhos, o que pode provocar várias doenças graves”, orienta Renato Junior.

Tratamento

Todo e qualquer tipo de tratamento só pode ser feito com orientação médica especializada, porém, no geral, as soluções mais comuns são à base do uso de colírio de lágrima artificial, preferencialmente com conservante virtual, que evita irritações. “É interessante também incluir nas refeições diárias a ingestão de ômega 3, presente em alimentos como a semente de linhaça, nozes, salmão, bacalhau e sardinha. O Ômega 3 melhora a produção da camada lipídica da lágrima e evita a evaporação. Mas homens com hiperplasia prostática (câncer de próstata) devem evitar essa suplementação”, salienta o médico.

Precauções

Uma primeira medida a ser adotada para se evitar a síndrome é evitar o uso prolongado do computador. “A fadiga visual e o ressecamento da lágrima atinge 75% das pessoas com até 40 anos de idade que permanecem por mais de duas horas de frente para o computador”, ressalta o especialista.

Durante esse chamado “verão maranhense”, outros fatores de risco são: tomar pouca água; abusar do uso de ar condicionado ou ventilador; expor-se ao ar quente do secador de cabelo; tomar sol com olhos desprotegidos; e exercitar-se em locais desprotegidos, dentre outros.

O médico recomenda, ainda, cuidado redobrado às flutuações hormonais. “O estrogênio e a progesterona influenciam a hidratação do corpo, por isso, o olho seco ou ressecado é mais comum em mulheres”, revela. Pessoas que têm doenças crônicas, como o diabetes, precisam controlar a alta da glicose na corrente sanguínea, que faz com que o paciente urine mais, ou seja, perca hidratação.

O controle do estresse também é indispensável. “O estresse leva a um esgotamento das glândulas suprarrenais, que respondem pela produção do hormônio aldosterora, então todo cuidado é pouco”, conclui o médico Renato Junior.

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