Mercado Financeiro em alta chegou no MA

Um balanço realizado recentemente relativo ao ano de 2018, no que tange ao sistema de consórcios divulgado pela Associação Brasileira de Administradores de Consórcios (ABAC) demonstra uma alta de 21% em relação a 2017, na adesão a esta modalidade.  De acordo com o setor, isso reflete mudanças para adequar os produtos à crise, com aumento de prazos, por exemplo, além da entrada de novos tipos de consórcios.

Os resultados obtidos com a pesquisa feita com 2 mil usuários aponta que em São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza, Salvador, Goiânia e Belém, revelaram que 73% dos participantes consultados são das classes C e D. Do total geral, 54% têm mais de 40 anos, sendo que sua maioria (65%) é casada. No perfil da amostra, a divisão das classes sociais apontou a C com 39% e a D com 34%, cuja renda familiar varia de 2 a 10 salários mínimos, respeitando o critério do IBGE.  O destaque foi a classe B que mostrou 20% de presença, depois de pontuar 12% na pesquisa de 2017, em virtude da retomada ainda que lenta e gradual da economia. A classe A ficou com 7%, quase o dobro dos 4% obtidos no levantamento anterior, voltando ao patamar de 2016.

Antes de aderirem à modalidade, os consorciados projetam sua adesão buscando informações de várias formas. A maioria, com 38%, apoiou-se nas informações de familiares e amigos. Outras fontes, bastante fortes, foram os sites das administradoras de consórcio com 25%. As redes sociais, incluindo as próprias e aquelas vinculadas às empresas, somaram 15%. Os restantes 22% dividiram-se em sites de reclamação (10%), Banco Central e lojas (3% cada) e bancos, blogs, profissionais de vendas (2% cada).

Segundo Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, “tais atitudes, bastante comuns entre os consorciados conscientes dos aspectos da educação financeira em seus diversos perfis, ratificam o comportamento responsável na gestão de consumo, seja para bens de uso constante como veículos e eletroeletrônicos seja para formação e ampliação patrimonial com os imóveis, ou ainda para realização de objetivos pessoais com a contratação de consórcios de serviços.”

Paralelamente, o PIB cresceu pela segunda vez consecutiva. Com a alta verificada no comércio e a retomada do consumo das famílias, que foi 0,2% maior que o do primeiro trimestre deste ano e que, por sua vez, já havia crescido no período anterior, depois de mais dois anos de quedas seguidas.

O diretor presidente Marcos Antônio Jacomassi, da Jockey Club Consórcio, empresa com mais de 50 anos de mercado, compartilha da mesma opinião da ABAC de que o cenário atual é positivo ao contar com uma inflação estabilizada e que ao mudar lentamente seu comportamento, o consumidor tem procurado conhecer e aprofundar seus conhecimentos sobre educação financeira para melhorar o controle de suas finanças e, assim, continuar consumindo e investindo com responsabilidade, ao assumir compromissos adequados ao seu orçamento, E isso tem beneficiado diretamente o ramo de consórcios.

Ainda amparado na conjuntura feita pela ABAC Jacomassi reafirma que o consórcio, parcela importante desse processo, justifica suas características ao apresentar resultados positivos e crescentes há mais de um ano. As projeções para o sistema de consórcios são tradicionalmente conservadoras. Contudo, os indicadores dos sete primeiros meses permitem confiar na ampliação da modalidade até dezembro, caso a evolução da economia no ritmo atual continue.

O prazo médio de duração dos consórcios de motos e automóveis era de 60 meses. Depois da crise, passou a ser de até 72 meses para motos e até 84 meses para automóveis. Segundo o presidente da Abac, Roberto Rossi, essa extensão representa uma reação ao encolhimento da renda das famílias nos últimos anos e às dificuldades das empresas. Na sua avaliação, o brasileiro ficou mais seletivo na compra de bens duráveis e serviços.

Consórcio de veículos lidera

O segmento de veículos automotores é o principal, representando perto de 65% do total dos negócios, aponta a Abac. Mas modalidades mais novas, como a de consórcio de serviços, têm ganhado espaço. No primeiro semestre deste ano, os negócios no segmento somaram R$ 158 milhões, alta de 61% em relação ao mesmo período de 2017. Trata-se de cotas para tratamento dentário, cursos educacionais, reformas, coisas para as quais não há muitas linhas de financiamento.

Ainda em relação a pesquisa, quando indagados se fizeram bom negócio ao comprar um consórcio, 68% dos entrevistados disseram ter certeza que sim, quatro pontos percentuais mais que o citado na última pesquisa, há um ano. Em outros 18% houve a menção “em dúvida”, formados basicamente por não contemplados.

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