A candidata ao governo do Maranhão, Maura Jorge (PSL), afirmou em entrevista ao JMTV 1ª edição nesta quarta-feira (12) que, se eleita, deve investir na segurança pública do estado, fazendo a estruturação de delegacias de polícia e valorizando policiais.
A candidata pretende ainda realizar a unificação da Polícia Civil e Militar, que devem fazer um trabalho conjunto na segurança do estado. Para Maura, a aplicação de recursos na área é fundamental para o cidadão maranhense.
“Eu acho que primeiro segurança pública, do país e do estado, nós temos que investir. Um investimento nas pessoas que são os policiais, reestruturar, unificar as polícias no sentido da reestruturação, daquilo que nós imaginamos que seja segurança pública. Valorizar os nossos policiais, estruturar nossas delegacias, nós temos hoje um índice altíssimo nas nossas delegacias que não tem a mínima infraestrutura”, afirmou a candidata.
Maura Jorge disse também que investirá na inteligência da polícia para o combate ao tráfico de drogas.
“Como você pode falar em segurança se não tem infraestrutura? Onde os policiais não são valorizados, onde nos quartéis os policiais dormem em beliches no chão, onde na maioria dos municípios do Maranhão quem mantêm a segurança pública são os prefeitos que pagam combustível e mantém as viaturas andando. Nós temos que investir na inteligência combatendo o tráfico de drogas, que hoje está dentro das nossas escolas, temos que voltar a dar ao cidadão o direito de ir e vir”, disse.
Ao ser questionada sobre o processo por improbidade administrativa movido pelo Ministério Público por ter contratado uma ex-empregada doméstica como assessora parlamentar quando era deputada estadual, a candidata disse ser ficha limpa e que não responde a nenhuma ação.
“Quando a gente está na vida pública nós somos sujeitos as justiças e injustiças. E eu tenho uma ação de improbidade administrativa porque eu tinha um ‘M’, e os que estão ai tentando chegar ao poder, sabem que a Maura Jorge é ficha limpa e não tem nenhuma ação condenatória. Eu acho que essa pergunta você deveria também fazer para quem já passou pelo poder e tem condenações ai por desvio de recursos, que não é o meu caso. Eu tenho a liberdade hoje de andar no Maranhão todinho, levar a minha mensagem e não tem ninguém que diga: a Maura Jorge foi corrupta, a Maura Jorge desviou recursos. E por isso hoje, estou incomodando aqueles que já passaram pelo governo e os que estão ai se propondo a chegar e sendo processados”, declarou.
Ao justificar o número de funcionários na ação, Maura disse que é a Assembleia que determina a quantidade por parlamentar e que cabe à justiça esclarecer o caso.
“Quem contrata não é o deputado, quem faz a contratação é a Assembleia. Eu tinha vários funcionários e cada deputado tem os seus gabinetes, quem tem que definir se existia ou não é a Justiça. O que eu digo é que no meu gabinete existiam vários funcionários, como há em todos os gabinetes e quem tem que dizer se é verdade ou não é a Justiça. Agora eu posso lhe dizer que diferentemente dos outros não tem nenhuma ação que possa me condenar por desvio de dinheiro público”
Tratamento com as minorias
Outro tema abordado na entrevista foi o tratamento dado às minorias em um eventual governo de Maura Jorge. Ela disse que tratará com respeito a todos.
“Vou tratar como sempre tratei, como deputada, como prefeita e como ser humano que sou. Eu sou evangélica e creio que nós devemos ter as pessoas não por aquilo que eles se apresentam, pelas opções, pelas escolhas, isso é uma escolha pessoal de cada um. Agora o respeito tem que ser com todos e no momento em que você é escolhido para governar o país, o estado, você passa a ser o governo de todos, com todas as diferenças, que cada um tem”, afirmou.
Sobre Bolsonaro
“Infelizmente, no nosso país e no nosso estado, para quem quer desconstruir a imagem das pessoas é muito fácil, você criar factóides, dizer que fulano é contra isso ou aquilo. Não tem nenhuma declaração que o Bolsonaro tenha dito que ele é contra os gays. Em relação as mulheres é tanto que ele me escolheu. Sou mulher, sou nordestina e creio que o fato de ser mulher e nordestina, ser escolhida por ele para ser a representante dele no estado é uma demonstração cabal de que ele não tem nada contra as mulheres. E tem outra coisa em relação a nossa posição, o que a gente pensa, a gente acha, mas ninguém é unanimidade na vida. As ideias se comungam naquilo que deve ser melhor para o nosso estado e nosso país. E Bolsonaro é esse mito hoje porque ele derrubou tudo aquilo que as pessoas dizem e acham que os políticos têm que mentir para expressar suas posições, e ele quebrou todo esse tabu. Ele fala aquilo que ele pensa, que ele acha, de forma transparente”
Posse de armas
“Não é que eu seja contra o armamento das pessoas, eu acho que nós temos que cuidar primeiro do básico. Na hora que você garante a população uma segurança… Eu acho que a grande meta de quem quer governar o estado ou o país, não é a preocupação se o cidadão estará armado ou não, ele tem que garantir as mínimas condições para que o estado, que é o seu dever, manter a população garantida no seu direito de ir e vir”
Reeleição
“Eu sou contra a reeleição por tudo aquilo que nós estamos vivendo em nosso país. Todas aquelas pessoas que estão hoje se propondo, que eu vou dar um exemplo agora do atual governador (Flávio Dino), o que acontece, ele se elegeu com essa mesma bandeira da mudança, que infelizmente as atitudes, as práticas são as mesmas que ele criticou”
Reconhecimento de terras quilombolas
“Eu acho que o governo, nós temos aqui o ITERMA (Instituto de Colonização e Terras do Maranhão), vou dar um exemplo somente. O ITERMA é só figurativo. Hoje nós não temos um trabalho direcionado, com as parcerias que tem que ter com o INCRA, com o ITERMA, para que eles possam fazer o reconhecimento legal, dar as condições para não somente os quilombolas mas os agricultores, a agricultura familiar, possa ter a possibilidade de buscar recursos para desenvolver suas terras. O estado do Maranhão tem uma extensão territorial maior do que o estado de São Paulo. Temos terras agricultáveis, mas infelizmente, a agricultura familiar até hoje não passa de propostas só eleitoreiras. Nós temos que entender que o governo, ou que seja eu se o povo assim decidir ou que seja outro, que nós vamos continuar com o estado rico, que é essa é a bandeira que todos levantam quando chega perto da eleição, todo mundo é bonzinho, todo mundo faz tudo pelo estado, mas infelizmente a realidade continua a mesma. Se nós não tivermos políticas públicas de estado e não de partido ou de grupo ou de famílias, nós vamos continuar da mesma forma, tendo um estado rico e nosso povo pobre”
Programação das entrevistas
- Quinta-feira (13) – Roseana Sarney (MDB)
- Sexta-feira (14) – Ramon Zapata (PSTU)