Uma carta pública enviada pela Google ao Senado dos Estados Unidos revelou uma realidade preocupante: a empresa ainda permite que desenvolvedores de aplicativos de fora da Google escaneiem e compartilhem o conteúdo de e-mails do Gmail.
Isso quer dizer que os 1,4 bilhão de pessoas que usam o Gmail podem estar tendo o conteúdo de seus e-mails visualizado e compartilhado por aplicações de terceiros (por exemplo, um aplicativo que arquiva automaticamente qualquer tipo de recibo recebido pelo e-mail) desde que, de acordo com a Google, o desenvolvedor insira nos termos e condições de uso do aplicativo que o aplicativo terá esse tipo de acesso e que o usuário concorde com isso.
A carta divulgada nesta quinta-feira (20) foi uma resposta enviada pela empresa a uma série de perguntas feitas pelo senador John Thune. Ainda que a Google não tenha tido nenhum tipo de escândalo como o do Facebook e a Cambridge Analytica, essa despreocupação para com a segurança dos usuários do Gmail é algo preocupante na visão de Thune.
Apesar das indagações do senador, a Google não respondeu a elas diretamente, dizendo apenas que, quando encontra algum tipo de atividade suspeita, rapidamente investiga o caso e, se necessário, suspende o aplicativo de suas plataformas e avisa os usuários dos riscos de utilizar tal aplicativo. Questionada quantos ou quais são os apps que possuem esse tipo de informação dos usuários, a empresa se esquivou e não respondeu.
A Google certamente terá de se explicar daqui a menos de uma semana, já que no dia 26 de setembro o Comitê de Comércio do Senado dos Estados Unidos tem uma audiência marcada com representantes da Google, Apple, AT&T e Twitter para debater sobre a privacidade das informações dos usuários.