Em reação a saída de Jean Wyllys, família Bolsonaro volta a ligar PSol a atentado

Depois que Jean Wyllys (PSol-RJ) anunciou que renunciará ao mandato de deputado federal por causa de ameaças de morte, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e 2 de seus filhos voltaram a ligar, nas redes sociais, o atentado a faca contra Bolsonaro durante a campanha com o PSol.

Adélio Bispo, autor da facada em Bolsonaro no dia 6 de setembro do ano passado, foi filiado ao mesmo partido de Wyllys. Os Bolsonaros compartilham as sugestões de que há relação entre o deputado, o partido e Bispo. Em seu perfil no Twitter, o presidente publicou o que seriam evidências dessas possíveis ligações.

Eduardo Bolsonaro, filho do presidente e deputado federal reeleito, também retuitou uma postagem do perfil Renova Mídia, que publicou um texto que sugere ligação entre Wyllys e Bispo.

“Apesar de não existir nenhuma evidência conectando o agora ex-deputado psolista Jean Wyllys com o extremista de esquerda Adélio Bispo, muitos internautas estão se questionando sobre os reais motivos das atitudes recentes tomadas pelo ex-participante de reality show”, afirma o texto.

Histórico conflituoso

Bolsonaro e Jean Wyllys protagonizaram diversos embates na Câmara dos Deputados nos últimos 8 anos. Único parlamentar autodeclarado gay, Wyllys atuou muitas vezes contra declarações homofóbicas de Bolsonaro como deputado.

O presidente já chegou a dizer, em entrevista, que preferia que um filho morresse a que ele fosse gay. Ainda segundo Bolsonaro, uma pessoa se torna homossexual quando não tem uma boa educação e um pai presente.

O principal choque entre os dois, entretanto, foi relacionado à homenagem que Bolsonaro fez ao torturador Brilhante Ustra na votação do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff. Em reação à fala de Bolsonaro, Jean Wyllys cuspiu no deputado.

Na época, a assessoria de imprensa de Wyllys afirmou ao HuffPost que, antes de o deputado cuspir em Bolsonaro, ele tinha sido “agarrado de forma violenta” e xingado de “viado”, “boiola” e “queima-rosca”.

Bolsonaro, então, acusou Wyllys de “heterofobia”. O deputado do PSol rebateu:

“Ele cospe diariamente nos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais. Ele cospe diariamente na democracia. Ele usa a violência física contra seus colegas na Câmara, chamou uma deputada de vagabunda e ameaçou estuprá-la. Ele cospe o tempo todo nos direitos humanos, na liberdade e na dignidade de milhões de pessoas. Eu não saí do armário para o orgulho para ficar quieto ou com medo desse canalha”.

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