Em 10 anos, 35 casos de assassinatos de indígenas foram registrados no Maranhão. Os dados são do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e somam os casos que ocorreram dentro e fora das terras indígenas.
Entre novembro e dezembro deste ano, no intervalo de um mês e sete dias, três índios morreram em confrontos no estado. Ninguém foi preso até a última atualização desta reportagem. No sábado (7), um grupo foi alvo de tiros na BR-226 e dois índios morreram (leia mais ao final da reportagem).
De acordo com os dados do Cimi, há períodos de calmaria e outros de crescimento nos assassinatos. Nos últimos 10 anos, os registros subiram entre 2009 e 2011, caíram entre 2012 e 2013, e depois subiram novamente e tiveram um pico de 11 mortes entre 2014 e 2016.
Nos últimos três anos, os registros caíram em 2017 e 2018, mas voltaram a subir em 2019.
Segundo Antonio Pedrosa, assessor jurídico e membro da da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), a maioria dos casos teria relação com o conflito com madeireiros, mas muitos não tiveram uma conclusão por falta de investigação. O vídeo abaixo cita o aumento do desmatamento e mostra os conflitos entre madeireiros e indígenas.
“Tem algumas situações que nunca foram explicadas pelo sistema de segurança pública. Por exemplo, mortes por atropelamento, caminhões madeireiros que atropelam indígenas nas rodovias, nas estradas vicinais… Isso nunca houve uma investigação para identificar se foi crime proposital ou forma de eliminação das pessoas”, afirmou Pedrosa.
No caso de mortes em que havia uma relação com madeireiros, a SMDH confirma 13 mortes de indígenas entre 2016 e 2019. Caso seja confirmada a relação de conflito com madeireiros nas mortes do último sábado (7), o número subiria para 15.
Fonte: G1 MA.