O salário mínimo “necessário” atingiu em julho o menor valor do ano de 2018. De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), R$ 3.674,77 seriam suficientes para “para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência”.
O cálculo é feito mensalmente desde 1994 com base no valor da cesta básica mais cara, atualmente a de São Paulo (R$ 437,42), seguida pela de Porto Alegre (R$ 435,02) e Rio de Janeiro (R$ 421,89).
As cestas básicas mais baratas foram verificadas em Salvador (R$ 321,62), São Luís (R$ 336,67) e Natal (R$ 341,09).
O custo da cesta básica caiu em 19 das 20 capitais analisadas em julho, com destaque para Cuiabá (-8,67%), São Luís (-6,14%) e Brasília (-5,49%). A única alta foi em Goiânia (0,16%).
O valor do salário mínimo “suficiente” representa 3,85 vezes o valor do salário mínimo nominal, que é de 954 reais.
Futuro
O texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019, já aprovado, estabelece um salário mínimo de 998 reais a partir do início do ano que vem.
Será o último ano de vigência da fórmula para os aumentos estabelecida por lei em 2012, ainda no governo da então presidente Dilma Rousseff.
Ela determina que o reajuste anual tem como base a soma da variação do INPC (inflação para população de baixa renda) no ano anterior, acrescido da taxa de crescimento real do PIB dois anos antes.
Consequências
Em um vídeo de 2015, o economista Carlos Eduardo Gonçalves previu consequências negativas se o salário mínimo “necessário” do Dieese fosse estabelecido por lei:
“O que vai acontecer com a pessoa hoje empregada que ganha um salário baixo? (…) Você acha que elas vão continuar todas empregadas ganhando R$ 3.700 ou elas vão ser mandadas emboras porque a contribuição delas pro produto final da empresa não vale esses R$ 3.700?”.