FIEMA E ABANI discutem navegação interior e potencial logístico do Maranhão

SÃO LUÍS – A Casa da Indústria Albano Franco sediou, nesta terça-feira (26), uma reunião técnica promovida pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Navegação Interior (ABANI), com apoio da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA). O encontro reuniu lideranças empresariais, autoridades e representantes de entidades estratégicas para debater infraestrutura, logística e oportunidades de crescimento do setor produtivo.

Entre os presentes estavam o vice-presidente executivo da FIEMA, Luiz Fernando Renner, e o presidente da ABANI, José Rebelo III, além do capitão dos Portos do Maranhão, Ademar Augusto Simões Júnior, do diretor da FIEMA, Milton Campelo, do 2º diretor financeiro da entidade, João Batista Rodrigues e representantes do setor industrial.

A ABANI, entidade privada sem fins lucrativos, atua no fomento da navegação interior no Brasil e no desenvolvimento de políticas e infraestrutura voltadas para o setor. Ao destacar a relevância das hidrovias maranhenses, Renner afirmou que o estado possui imensas potencialidades hídricas, e é detentor de uma vasta rede de rios, lagos e barragens, que constituem um ativo estratégico para a logística e o desenvolvimento econômico. Ele lembrou ainda que a Baía de São Marcos, com seu canal profundo, abriga um dos mais importantes complexos portuários do país, destacando o desempenho do Porto do Itaqui, que movimentou 17 milhões de toneladas no primeiro semestre, crescimento de 10% em relação a 2024.

A agenda contou com duas palestras centrais. O diretor adjunto da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos (SEDEPE), José Domingues, abordou o potencial da Margem Equatorial e da navegação interior para a integração regional e a competitividade do comércio exterior. Já o presidente da empresa administradora da ZPE Bacabeira, Pedro Dantas da Rocha Neto, apresentou os avanços da Zona de Processamento de Exportação (ZPE-MA), destacando a capacidade de atrair investimentos, gerar empregos e ampliar exportações.

José Rebelo III reforçou que a expansão das hidrovias é vital para o futuro do país. “Nosso objetivo é conscientizar a sociedade sobre a importância desse segmento. A navegação interior é fundamental para reduzir o custo Brasil e apoiar a descarbonização”, afirmou. Segundo ele, um estudo da Confederação Nacional do Transporte, do qual a ABANI é afiliada, será apresentado na COP30, em Belém, e defende o aumento da participação do transporte hidroviário dos atuais 7% para 15% até 2050. “Temos mais de 60 mil quilômetros de hidrovias no país, mas menos de 30% estão em uso. Precisamos ampliar esse aproveitamento para garantir competitividade e sustentabilidade”, acrescentou.

O debate contou ainda com a participação de empresários ligados ao Porto do Itaqui, como Cristiano Fernandes, do Grupo Catanhede, representantes da SEDEPE, Investe-MA, Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP) e demais atores da cadeia portuária. As discussões ressaltaram que o Maranhão, cortado por rios como Itapecuru, Mearim, Pindaré e Parnaíba, possui condições singulares para integrar navegação interior, favorecendo o escoamento de grãos, minérios, produtos industrializados e até transporte de passageiros.

Entre as vantagens apontadas, a navegação interior oferece menor emissão de gases de efeito estufa, menor custo por tonelada transportada e baixo consumo de combustível. Para os participantes, ampliar o uso desse modal significa não apenas aliviar gargalos portuários, mas também consolidar um novo eixo de desenvolvimento econômico e ambiental para o estado.

Foto: Coordenadoria de Comunicação e Eventos

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