A reserva cognitiva como aliada na recuperação dos comprometimentos neurológicos causados pela COVID

Imagem: iStock
Com mais de um ano de pandemia, os médicos e pesquisadores cada vez mais veem observando e alertando sobre as manifestações neurológicas em pacientes afetados por formas graves da doença, que vão desde comprometimentos motores, respiratórios, e, mais recentemente, comprometimentos neurológicos que, em alguns casos, permanecem mesmo depois do período ápice da doença.

Segundo o neuro intensivista Marco Paulo Nanci – que atua em Taubaté/SP e em São Paulo/SP, as percepções das consequências do vírus no cérebro são recentes, porém já apontam para possíveis lesões no sistema nervoso. A primeira suspeita de que o vírus prejudicava partes importantes do cérebro veio ainda entre os primeiros casos da doença no exterior. Os pacientes com COVID-19 que estavam internados na UTI do Hospital Universitário de Estrasburgo, na França, apresentaram, além dos sintomas respiratórios e motores, algumas dificuldades cognitivas e até confusão mental. A observação sobre o comportamento desses pacientes foi publicada pela Massachusetts Medical Society no periódico New England Journal of Medicine que é o periódico médico geral mais lido e influente do mundo.

Nos casos mais graves da doença, pode-se observar delírios, confusão e alteração comportamental, rebaixamento do nível de consciência, dificuldade para interagir com o meio e com as pessoas, ausência de processamento cerebral adequado entre outras manifestações que sinalizam lesões no sistema nervoso, segundo o médico Marco Nanci. Ele explica também que o vírus costuma aparecer mais vezes em determinadas áreas do cérebro, as áreas da região basal. E isso acontece provavelmente pela forma que o vírus entra no corpo, pela região bulbo olfatório que se trata de uma estrutura cerebral, responsável por receber informações dos neurônios receptores olfativos e que se conecta com a parte interna das narinas. Um grupo de cientistas alemães analisou os tecidos de mais de 30 pessoas mortas pela covid-19, e encontraram rastros do vírus desde a mucosa olfativa até a região cerebral, assim afetando algumas regiões na base do cérebro como o hipocampo que tem uma  função muito importante na formação da memória, tanto na de classificação quanto na memória a longo prazo.

Pedaço de célula da mucosa olfativa observada ao microscópio, com as partículas do coronavírus destacadas em vermelho. SERVICIO ILUSTRADO (AUTOMÁTICO) / EUROPA PRESS

       

Em estudos recentes realizados no Imperial College, no Reino Unido, observou-se que a Covid-19 pode causar também um declínio das funções cerebrais em pacientes que tiveram a doença. De acordo com as pesquisas, o cérebro pode envelhecer até 10 anos por conta do impacto do vírus na estrutura e no funcionamento do órgão. “A redução da pontuação global para o subgrupo hospitalizado com ventilador foi equivalente ao declínio médio de 10 anos no desempenho global entre as idades de 20 a 70 anos neste conjunto de dados”, afirmaram os pesquisadores. Entretanto, tais estudos ainda precisam de confirmação da comunidade científica.

A reserva cognitiva é a capacidade do cérebro de armazenar por períodos prolongados as habilidades que foram adquiridas ao longo da vida e de resistir aos prejuízos de um quadro demencial. Sabe-se que as doenças neurodegenerativas são progressivas; no entanto a RC permite que o progresso da doença seja bem mais lento do que o habitual. Pesquisas revelam também que a solidão acelera o envelhecimento cognitivo e favorece o surgimento das demências.

Segundo as pesquisas, pode-se dizer que pessoas com maior estímulo cerebral ao longo da vida tenha uma RC maior. “Nós tivemos várias observações mostrando que pessoas com maior nível educacional e ocupacional apresentavam menor risco de se tornarem dementes quando acompanhadas ao longo dos anos. Então, qual seria a explicação para isso?”, questiona o Dr. Yaakov Stern, professor de Neuropsicologia na Columbia University, de Nova Iorque, em entrevista à Sociedade Brasileira de Neuropsicologia. Segundo o Dr. Stern, viver em um ambiente de aprendizado contínuo é importante para a construção de uma boa reserva cognitiva. E além disso, a recomendação é praticar exercícios físicos e manter uma dieta saudável.

Esse preparo do cérebro vai funcionar para levar a um melhor enfrentamento, não só no caso de infecção por corona vírus, mas, também em quadros demenciais” afirma o neuro intensivista Marco Nanci. De acordo com o mesmo, o paciente que tem uma reserva cognitiva maior responde melhor as tentativas de recuperação de forma geral, quando afetando por doenças mais graves. Ele explica que nos casos demenciais onde os pacientes possuem mais RC, os mesmos terão menor manifestação e menos propensão a desenvolver as doenças, afirmando que provavelmente isso também ocorre com o novo coronavírus: a pessoa que tem o cérebro mais preparado e desenvolvido na parte intelectual, vai ter pouco comprometimento cognitivo caso haja uma infecção do vírus no sistema nervoso.

Mas o fato de muitos desses pacientes não terem reserva cognitiva quando são acometidos pelo coronavírus, segundo o médico, é um fator determinante para que a doença encontre espaço para agravar o quadro clínico destes pacientes. “Todo esforço para manter o cérebro ativo e funcionando em estado de excelência proporciona conexões entre os neurônios e, em caso de lesão no sistema nervoso ele estará preparado para refazer rapidamente as conexões que foram perdidas.” Afirma. Mas de forma geral, o médico comenta que as manifestações neurológicas têm acontecido com maior frequência em pessoas com mais idade, pois já se encontram em um processo de envelhecimento do cérebro.

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Texto por: Mayra Araújo

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